Modelos jovens

Modelos homens cada vez mais magros e rostos mais jovens diz o “New York Times”.

 Dê o crédito a Hedi Slimane ou o culpe. O tipo de homem que Slimane promoveu quando chegou a bordo da Dior Homme alguns anos atrás (desde então ele já saiu de lá) era magro feito um palito; as roupas que ele desenhou eram tão esbeltas quanto. Os efeitos de sua criação na indústria de vestuário masculino foram radicais e surpreendentemente persuasivos. Em algumas temporadas, o corte seco dos ternos da Dior Homme fez todos os outros designs parecerem quadrados e ultrapassados, e os estilistas de todos os lugares começaram a reduzir as silhuetas.

Então uma coisa engraçada aconteceu. Os modelos também diminuíram. Enquanto o ideal masculino de um tempo tão recente quanto o ano 2000 era um musculoso de mais de 1,80 metro com abdome tanquinho, o homem do momento é um garoto, um espectro ou um raquítico mal alimentado.

Em nenhum lugar isso ficou mais claro do que nos últimos desfiles masculinos em Milão e Paris, onde mesmo aqueles que já se acostumaram ao novo visual ficaram boquiabertos com a enorme quantidade de rapazes de peito escavado, bochechas chupadas e aparência de desnutridos. O fato de a tendência seguir a caravana da moda para Nova York não surpreendeu tanto.

 

 

Mas não foi há pouco tempo que a indústria se armou contra a magreza de modelos? Pouco mais de um ano atrás, na Espanha, estilistas foram obrigados a basear a escolha de modelos levando em conta um índice de massa corporal saudável; médicos acompanharam os castings na Itália; Diane von Furstenberg, presidente do Conselho dos Estilistas da América, e Anna Wintour, editora da Vogue, organizaram uma conferência para debater a questão da imagem corporal pouco saudável e as desordens alimentares entre modelos. Modelos, no caso, mulheres, e pode-se dizer com segurança que elas permanecem com aparência tão frágil quanto sempre tiveram. Mas algo aconteceu enquanto ninguém estava olhando. Alguém encolheu os homens.

 

‘Magro, magro, magro’, disse Dave Fothergill, diretor da agência do momento, a Red Model Management. ‘Todo mundo está encolhendo.’

Isso estava muito claro nos castings de modelos para os desfiles de Nova York de Duckie Brown, Thom Browne, Patrik Ervell, Robert Geller e Marc by Marc Jacobs, em que modelos como Stas Svetlichnyy, da Rússia, representam o novo padrão. O peso de Svetlichnyy, de acordo com ele, é cerca de 66 quilos. Ele tem 1,83 metro de altura e 71 centímetros de cintura.

‘Estilistas gostam de homem magro’, disse ele nos bastidores do desfile de Duckie Brown. ‘Fica bem nas roupas e isso é a coisa mais importante. Simplesmente agora é desse jeito.’

Mesmo em Milão no mês passado, em desfiles como Dolce & Gabbana e Dsquared, em que as escolhas tradicionalmente vão para tipos fortões, os modelos eram mais esbeltos e menos musculosos, mais longilíneos. Tão impressionante quanto, o look-book da Dolce & Gabbana para a primavera-verão 2008 (um catálogo da coleção completa) apresentou homens que parecem nunca ter visto o interior de uma academia de ginástica, e não os modelos que eram tradicionalmente favorecidos – estrelas da indústria como Chad White e Tyson Ballou, que têm aparência de estrela de cinema e físico de astro pornô.

 

‘O visual atual é totalmente diferente do que era moda quando eu comecei no ramo, oito anos atrás’, disse Ballou, durante uma sessão de fotos no Milk Studios em Manhattan. Em vários castings, que tendem a ser dominados por um punhado de gente, o estilo de corpo que agora domina é o que Charles Atlas (famoso fisiculturista, morto em 1972) passou a carreira tentando melhorar.

A primeira coisa que eu fiz quando me mudei para Nova York foi começar imediatamente a freqüentar a academia’, disse o estilista John Bartlett. Isso foi nos longínquos anos 1980. Mas a idéia de aumentar os músculos agora parece retrô quando músicos e árbitros do gosto como Devendra Banhart se gabam por passar fome para parecer bem nas roupas.

‘A visão mudou’, disse Bartlett. ‘As roupas agora estão cada vez mais apertadas. Os rapazes estão cada vez mais jovens. Todo mundo é influenciado pelo que a Europa mostra.’

O que a Europa (o que significa dizer estilistas influentes como Miuccia Prada e Raf Simons na Jil Sander) mostra são homens altos como Tom Brady, mas que usam terno tamanho 48.

‘Há estilistas que guiam o caminho’, disse James Scully, um experiente agente de castings conhecido pelas inúmeras descobertas que fez quando trabalhou na Gucci com Tom Ford. ‘Todos olham para Miuccia Prada em busca de um padrão do mesmo jeito que costumavam olhar para Hedi Slimane. Depois que a hedi-slimanização começou, tudo que qualquer um queria escolher era o garoto esquelético que parecia ter tido areia chutada no rosto. Os grandes e maravilhosos modelos simplesmente pararam de ir à Europa. Eles sabiam que nunca seriam escolhidos.’

 

Para quem é magro por causa da genética  é bom a moda aceitar homens magros e não só saradões. Quem é magro por natureza pode ter certeza que é saudável e não anorexo ou algo do tipo.

By:Rafa